por Jaqueline Cristina Galiardo
Ter o acesso a alimentos saudáveis, de qualidade, em quantidades adequadas e que não causem prejuízos à saúde diariamente é direito de todos, por outro lado, a falta de acesso aos mesmos é denominada insegurança alimentar. A fome sempre esteve presente no Brasil e no Mundo e com a intenção de acabar com a mesma, diversas políticas públicas, ou seja, “conjunto de ações do governo que influência na vida dos cidadãos”, tem sido criadas.
De acordo com a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) entre os anos de 2004, 2009, 2013 e 2017/18, cerca de 14,99; 11,3; 7,22 e 10,28 milhões de pessoas passaram pela insegurança alimentar grave (fome). E em 2014, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou pela primeira vez na história que o Brasil saiu do mapa da fome, onde tirou 14 milhões de pessoas da desnutrição, porém, entre os anos de 2014 a 2017/18 a fome voltou a aumentar.
Desta forma, pessoas que já conviveram com a insegurança alimentar moderada (indivíduos adultos que não têm acesso aos alimentos) acabam consumindo menos laticínios, verduras, legumes, frutas e carne quando comparado as pessoas que viveram a insegurança alimentar leve (possuir alimentos em qualidade e quantidades adequadas).
No ano de 2015, os 193 países membros das Nações Unidas se propuseram a acabar com a fome até 2030, eles fizeram um acordo que visa garantir o acesso ao alimento a todas as pessoas durante todo ano, e para de saber se os países estão conseguindo atingir os objetivos, foi realizado neste ano uma avaliação.
E foi estimado que 8,9% da população mundial passa fome; que a quantidade de crianças com insegurança alimentar grave pode aumentar e que no ano passado, cerca de 2 bilhões de adultos não possuíam alimentos nutritivos e seguros para o consumo.
Pelo fato da fome estar presente no mundo é difícil definir uma alimentação saudável e adequada para todos, pois, a mesma está relacionada com alguns fatores, sendo eles as características individuais, a cultura, as escolhas alimentares, o país em que a pessoa vive e a maneira em que os alimentos estão disponíveis em cada país, a Ásia e os países que possuem classe média alta, por exemplo são os únicos que conseguem atender as recomendações impostas pela FAO/OMS (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura/Organização Mundial da Saúde) de consumir pelo menos 400g/pessoa/dia de verduras, legumes e frutas.
A pandemia por sua vez, tende a agravar a fome tanto no Brasil como no mundo, levando a um aumento da desigualdade social e pobreza, diante dos números apresentados, é possível compreender que os resultados não são satisfatórios. É importante ressaltar que os impactos que a pandemia vem gerando, não foram levados em consideração. Alguns desses impactos que estão relacionados com o aumento da fome são o desemprego e o aumento do preço dos alimentos, desta forma, é evidente que há necessidade de mais empenho para que as políticas públicas adotadas até agora contribuíam de forma positiva a ponto de atender a meta para 2030.
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O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
Texto elaborado para a disciplina “Nutrição e Saúde Pública” – Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP.