Campanha de impacto é a solução para o combate da obesidade? – 19.01.2012
Duas campanhas realizadas nos Estados Unidos, “Strong4life” (forte para a vida) e “Cut your risk” (corte o seu risco), com o objetivo de conscientizar sobre a obesidade e seus problemas relacionados têm causado controvérsia sobre os potenciais efeitos dessas campanhas.
A primeira campanha “Strong4life” está sendo realizada no estado da Geórgia. Neste estado foi verificado que 40% das crianças são obesas, sendo verificado a presença de hipertensão grau 1 e 2 nessas crianças. A campanha surgiu em resposta a uma pesquisa que verificou que 50% dos pais desconhecem o problema da obesidade infantil e 75% dos pais de crianças obesas não consideram os seus filhos obesos.
Nesta campanha existem cinco anúncios de televisão filmados em preto e branco. Nestes anúncios há testemunhos de crianças e familiares obesos que falam espontaneamente sobre o problema de ser obeso. As crianças expõem que sofrem preconceito de outras crianças e algumas já expõem que apresentam hipertensão e diabetes mellitus.
Num desses anúncios, uma criança chamada Bobby, questiona a sua mãe por que é “gordo” não havendo resposta da mãe.
No final de cada campanha há uma tarjeta, nela está escrito: “Stop Sugarcoating it, Georgia!” . Ao pé da letra, significa: pare de acobertar com açúcar, Geórgia! Essa frase significa a necessidade de parar de acobertar a realidade.
Esta abordagem tem gerado discussões, já que alguns defendem a necessidade de ser franco e direto e outros não concordam com esse método. Para alguns profissionais da área da saúde, essa abordagem pode mais estigmatizar uma criança obesa do que solucionar o problema.
Deixar uma pessoa com vergonha não é o melhor tratamento para a obesidade e para a Dr. Miriam Lebbok, culpar a vítima raramente ajuda.
A segunda campanha, “Cut Your Risk”, lançada em Nova York pelo departamento de saúde tem como objetivo alertar sobre o aumento do tamanho das porções de alimentos fast food e como essa situação pode prejudicar a saúde.
Esta campanha aposta em pôsteres de impacto, nestes pôsteres é mostrada que com o aumento das porções de alimentos (batata-frita, refrigerante e hambúrguer) a prevalência da obesidade aumenta, junto com os riscos de saúde (amputações devido ao diabetes e falta ou dificuldade de locomoção devido ao excesso de peso).
Uma indústria de refrigerante já reclamou dos anúncios distribuídos em metrô, já que para eles esse anúncio mostra um retrato impreciso do que a bebida faz ao corpo.
Será que temos que tomar medidas radicais? Existem outras formas?
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