O Brasil tornou-se o primeiro país a assumir compromisso formal com três metas específicas para a Década de Ação em Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU). O ministro da Saúde, Ricardo Barros, fez o anúncio durante a 70ª Assembléia Mundial da Saúde, em Genebra, realizada em 22/05.
As metas assumidas têm relação com obesidade e hábitos alimentares dos brasileiros. A primeira delas é deter o crescimento da obesidade na população adulta por meio de políticas de saúde e segurança alimentar e nutricional. Atualmente, essa taxa está em 20,8%.
O segundo compromisso é reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em, pelo menos, 30% na população adulta. Na terceira meta, o país se compromete a ampliar o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente em, no mínimo, 17,8%.
Para alcançar esses objetivos, o país se compromete com políticas públicas específicas, como reduções fiscais e subsídios, para reduzir o preço dos alimentos frescos, empréstimos de microcrédito aos agricultores familiares e recursos para que famílias pobres possam comprar produtos frescos.
O governo brasileiro também se comprometeu a fornecer refeições saudáveis e educação nutricional para crianças em escolas públicas, além de aumentar a aquisição de produtos de agricultores familiares.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, atualmente, as doenças não transmissíveis são a causa de mais de 70% das mortes no Brasil. Sobrepeso e obesidade são os principais fatores de risco para doenças não transmissíveis, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes e alguns tipos de câncer.
Década da Ação sobre Nutrição
Em abril de 2016, a Assembléia Geral da ONU proclamou 2016-2025 a Década de Ação sobre Nutrição. Dirigido pela OMS e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Década da Nutrição é um marco para assumir compromissos, monitorar o progresso e garantir a responsabilidade mútua em linha com os objetivos nutricionais globais.
A Década da Nutrição direciona políticas em seis áreas-chave, com a criação de sistemas alimentares sustentáveis e resilientes para dietas saudáveis; estimula a proteção social e educação relacionada com a nutrição para todos; prevê que os sistemas de saúde sejam alinhados com as necessidades nutricionais e a cobertura universal para as intervenções nutricionais essenciais; pretende assegurar que as políticas de comércio e investimento melhorem a nutrição.
Além disso, prevê a construção de ambientes seguros e propícios à nutrição em todas as idades e busca reforçar e promover a governança e accontability (responsabilização) na área de nutrição.
Fonte: Agência Brasil