Estudo adverte: “Coma menos carne para evitar catástrofe climática”

Um estudo publicado no jornal “Environmental Research letters” por Eric Davidson, diretor do Woods Hole Research Centre in Massachusetts adverte que mudanças drásticas na produção de alimentos e na “mesa do jantar” são necessárias até 2050 para evitar o calamitoso aquecimento global.

Indivíduos de países em desenvolvimento que consomem carne terão que reduzir o seu consumo em 50% para evitar as piores consequências das futuras mudanças climáticas.

Os fertilizantes utilizados na agricultura são responsáveis por uma parcela significativa do aquecimento que provoca a mudança climática.

É um desafio muito grande a redução das emissões da produção de alimentos, sem deixar de produzir o suficiente para alimentar uma população mundial projetada para alcançar 9 bilhões em meados deste século.

Segundo Eric Davidson será necessário cortar o uso de fertilizantes em 50% e persuadir os consumidores do mundo em desenvolvimento para a redução deste consumo tão elevado.

Davidson reconhece que essa redução é dificil, já que a carne é uma parte regular da dieta no mundo desenvolvido. Nas economias em desenvolvimento, como China e Índia, o consumo de carne aumentou junto com a prosperidade.

O óxido nitroso, liberado pelos fertilizantes e esterco animal, é o mais potente dos gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas. O corpo da ONU para questões climáticas pediu cortes profundos para essas emissões.

Cultivar colheitas de alimento, para bovinos e suínos, produz mais emissões de poluentes do que as culturas que vão diretamente para a cadeia alimentar humana. Comer menos carne iria reduzir a demanda por fertilizantes, bem como reduzir a quantidade de estrume produzido.

Davidson também sugere alterações nas práticas agrícolas atuais- tais como o crescimento das culturas de inverno de cobertura do solo – que ajudam a absorver o nitrogênio e evitar a sua libertação para a atmosfera.

Davidson, autor do artigo, não está sugerindo que as pessoas desistem de carne. “A solução não é que todo mundo se torne vegetariano ou vegano. Basta reduzir o tamanho das porções e freqüência de consumo”, disse ele. Davidson sugere também a troca de consumo de carne bovina e suína para consumo de frango ou peixe
Fonte:  The guardian