Feira de transição agroecológica na UNESP – Tupã aproxima os agricultores familiares da população local

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Pesquisadores:
Profa. Dra. Ana Elisa Bressan Smith Lourenzani, Profa. Dra. Andréa Rossi Scalco, bolsista de mestrado do INTERSSAN Thiago Reis, Bolsista de extensão Iuri Marim Dassi, e a bolsista em iniciação a extensão Karen Andrade.

Contexto e Objetivos (REDE SANS LOCAL): Fomentar a produção agroecológica no município de Tupã através da criação de um canal direto de comercialização de produtos da agricultura e local (a feira agroecológica em transição), promovendo a diversidade na oferta de alimentos, alimentação saudável, respeito aos costumes locais e a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) na comunidade que está inserida são alguns dos objetivos do Projeto de Pesquisa, Ensino e Extensão intitulado Fomento a produção e ao consumo sustentável em população de baixa renda, do Edital 016/2016 – Segurança Alimentar e Nutricional no Âmbito da UNASUL, CNPq.

Responsáveis e beneficiários: As responsáveis pela ação são as Profa. Dra. Andréa Rossi Scalco, com auxílio
da Profa. Dra. Ana Elisa Bressan Smith Lourenzani, Angélica Goes Morales, GessuirPigatto e João Guilherme Ferraz Machado, por meio do projeto . Os beneficiários incluem os agricultores familiares que ganham mais um canal de comercialização de seus produtos bem como os alunos, professores e funcionários da UNESP – Tupã, comunidade local e a população, que ganham uma alternativa na aquisição de seus alimentos, com qualidade e diversidade.

Resultados já alcançados:
Inaugurada em 8 de junho de 2018, a feira agroecológica iniciou timidamente suas atividades. Com o passar das semanas, por meio da divulgação por vários veículos de comunicação (rádios Joven Pan e Rádio Tupã), redes sociais (facebook, whatsapp, email), carro de som na cidade, e de panfletos distribuídos na comunidade externa local,
a aderência da população seja local (nas intermediações da UNESP) ou de todo município é cada vez maior. A feira de transição agroecológica acontece todas as sextas feiras na UNESP campus de Tupã de 9:30 a 12:30 h e é constituída por 3 agricultores familiares locais que produzem produtos de base agroecológica e estão em processo de
transição para o sistema certificado. Os produtores se mostram satisfeitos com mais um canal de comercialização de seus produtos, além de estreitar as relações com os consumidores.
tiago-reis-entrevista-2018O bolsista Thiago Reis coletou alguns depoimentos de consumidores e
agricultores familiares. A consumidora Keli Cristina aponta que a feira de transição agroecológica “é muito importante para a nossa saúde então a população deve se conscientizar e comparecer nessa feira para incentivar os produtores a produzirem cada vez mais”. Já Rosiane acrescenta que “é muito bom, pois lá em casa estou procurando
não utilizar produtos com agrotóxicos e aqui eu encontro ótimos produtos”. A professora da UNESP Juliane Cristina acrescenta que “a importância está no fato de serem alimentos frescos e sem agrotóxicos. Já diz tudo”. A bibliotecária da UNESP Eliana Kátia Pupim afirma que “a feira é importante, pois facilita o acesso a esse tipo de alimento, que é considerado mais saudável e muitas vezes não temos tempo, na correria do dia-a-dia de adquirir esses produtos, fora que os alimentos que compramos aqui duram muito mais na geladeira, eles demoram bem mais para deteriorar. Além disso, ao inserir esses produtos em nossa dieta, percebemos que é muito importante, já que frequentemente somos bombardeados por produtos que não conhecemos a procedência e aqui nós adquirimos os produtos diretamente com o produtor”. As alunas de graduação da UNESP Larissa e Mariana destacam que “contribui para a alimentação saudável e o preço, pois sai mais em conta que no supermercado”. As alunas ainda acrescentaram que estavam conhecendo a feira no dia em que esta entrevista foi realizada (10/08/2018).
Já na visão do produtor Marcos Fernandes “a feira dá a oportunidade de o
produtor realizar a venda direta ao consumidor, sem atravessadores e isso contribui para a geração de renda do agricultor familiar”. O produtor acrescentou que “para os
consumidores é muito bom para que eles conheçam nossos produtos, pois muita gente
não conhece o que é a transição agroecológica, já que nosso produto é bem diferente do
tradicional”. Thiago Talon reitera que a feira “é mais uma forma de escoamento da
produção e isso gera uma renda a mais para os produtores, além da divulgação para a
população de produtos naturais e saudáveis. Esses são os dois pontos principais”.
As professoras Ana Elisa e Andréa também estiveram presentes e deram seus
depoimentos. A professora Ana Elisa pondera que “é mais um canal de comercialização
para os produtores, uma forma de estarem diretamente ligados ao consumidor. E para os consumidores é importante para compreenderem que o que eles adquirem na feira são hortaliças sem insumos químicos. Na feira agroecológica, o consumidor tem mais uma oportunidade de consumir produtos naturais, que não agridem o meio ambiente e em nosso próprio meio de trabalho temos acesso a esse tipo de produto”. Já a professora Andréa acrescenta que “a feira agroecológica busca proporcionar uma alimentação saudável e equilibrada a toda a população do entorno da UNESP, com produtos que não levam agrotóxicos. Os agricultores familiares tem a dificuldade de acessar mercados,
justamente pela sua limitação de mão-de-obra e volume menor de produção, então a feira é uma oportunidade para o acesso a novos mercados, garantindo a ele a uma nova fonte de renda e a possibilidade deles permanecerem na agricultura”.

Perspectivas:
feira-verduras2018As perspectivas envolvem a adesão ainda maior de produtores que estão
buscando a transição para a produção agroecológica, visto as experiência que está sendo relatada. Além disso, visa contribuir para que a população tenha o acesso a produtos produtos saudáveis e agroecológicos, bem como valorize os circuitos curtos de comercialização de produtos da agricultura.