por Sergio Viana | Rede SSAN Unasul
Dezenas de pesquisadores, estudantes, representantes políticos e de movimentos sociais participaram da abertura do 1° Fórum do Programa Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional da União das Nações Sul-Americanas (Rede SSAN-Unasul), na manhã do dia 24 de junho, na Universidade da Integração Latino-Americana (UNILA), localizada dentro do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), em Foz do Iguaçu. A programação segue até sexta-feira, dia 26.
A transmissão do Fórum do Programa SSAN-Unasul é feita simultaneamente pela TV Unesp, nos links: unesp.tv/unasul e http://www.tv.unesp.br/unasul
O evento transforma as dependências do Parque num centro de debates e explanações das pesquisas, políticas públicas e outras ações em prol da garantia da Soberania e Segurança Alimentar na região da América do Sul, pois reúne autoridades e acadêmicos de Brasil, Chile, Paraguai, Argentina, Colômbia e Equador.
A mesa de abertura foi composta pelo Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (Secis) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) brasileiro, Eron Braga Bezerra, o diretor da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, Juan Sotuyo, a diretora do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB/Unesp), profa. Maria Dalva Cesário, o Pró-Reitor de Pesquisa da UNILA, Fernando Cesar Vieira, e a diretora técnica da Rede SSAN-Unasul e professora da Unesp, Maria Rita Marques de Oliveira.
“O Programa [SSAN-Unasul] está no espírito da UNILA, que visa à integração dos povos latino americanos”, ressaltou Fernando Vieira em sua fala, seguido da Diretora do IBB/Unesp que lembrou da importância que pesquisadores, representantes políticos e de movimentos sociais têm na eliminação de problemas, como a fome e pobreza, na América do Sul.
“Este Fórum, nós temos a certeza, tem objetivos tão nobres, como promover a integração de representantes de governo e pesquisadores para debater Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. A criação dessa Rede é um dos esforços para o fomento de ideias e ações que procuram acelerar a erradicação da fome no continente e no nosso país. É inadmissível que pessoas ainda morram ao ingerir alimentos e água inadequados”, frisou Maria Dalva Cesário.
Já a professora do IBB/Unesp e Diretora Técnica da Rede, profa. Maria Rita de Oliveira, lembrou o “papel de resistência“ que a SECIS e o Programa SSAN-Unasul representam, ao desenvolver Ciência e Tecnologias adequadas à busca pela Segurança Alimentar e Nutricional na pauta do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação e, logo, do Governo Federal do Brasil e Unasul, através de novas propostas de políticas públicas.
Já o diretor da Fundação PTI e o Secretário da SECIS, respectivamente, Juan Sotuyo e Eron Bezerra, corroboraram a visão sobre a Ciência e Tecnologia como ferramentas fundamentais de inclusão das mais diversas camadas sociais e povos. “As universidades, como mecanismos de avaliação, devem reconhecer e dar valor à importância da Extensão, assim como fazem com a Pesquisa”, afirmou Sotuyo.
“Até hoje, há correntes de pesquisadores que só entendem que um trabalho acadêmico tem valor, se outro acadêmico como ele puder entender, como num sistema de retroalimentação das universidades. Mas a Ciência e Tecnologia só existem se servirem para melhorar a vida de todas as pessoas. Programas como esse [Rede SSAN-Unasul] vão ter da minha parte apoio absoluto, porque não há como um país, uma província, um bairro qualquer, ser Soberano sem Segurança Alimentar. Sem alimento não há possibilidade de a humanidade ir a lugar algum”, completou o Eron Bezerra.
Estratégias da SECIS/MCTI para a Segurança Alimentar e Nutricional
Como primeira apresentação no Fórum do Programa SSAN-Unasul, o Secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social (SECIS/MCTI) apresentou o posicionamento e ações estratégicas de sua pasta, que se dividem fundamentalmente em quatro eixos: 1) Difusão da Ciência e Tecnologia; 2) Inclusão Digital; 3) Desenvolvimento de Pesquisa Social e Assistiva; 4) Extensão Tecnológica e Econômica.
Em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), Eron Bezerra destacou a própria Rede SSAN-Unasul como um modo de auxiliar os países da região sul-americana a garantir o acesso das populações aos alimentos saudáveis e adequados, respeitando características, costumes e necessidades especificas de grupos e populações, promovendo a qualidade de vida geral.
“Segurança alimentar é a base de qualquer pirâmide social. Não há nenhuma criança, que não tenha se alimentado corretamente até os seis anos de idade, que possa ter garantia de aprendizado escolar”, frisou o Secretário, em referência a importância da alimentação para o crescimento e desenvolvimento infantil.
Como interesses principais e futuros da SECIS/MCTI, Bezerra defendeu o fortalecimento da Rede SSAN-Unasul, a criação de um programa nacional de agricultura indígena, que fortaleça essas comunidades e as tornem independente do auxílio governamental, e a instituição de um programa nacional de sementes crioulas, para não haver dependência dos pequenos agricultores de sementes híbridas, que simplesmente não frutificam mais após a primeira colheita e são intensamente comercializadas hoje em dia.