No assentamento Rosa Luxemburgo Famílias realizam estratégias de tecnologia social na produção agroecológica

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No assentamento Rosa Luxemburgo localizado no município de Agudos-SP, tem sido beneficiadas 89 famílias em lotes de aproximadamente 13,4 hectares por família. Desde que as famílias conquistaram seus lotes vem buscando desenvolver atividades que buscam o bem-estar e o equilíbrio ambiental. Antigamente a fazenda também conhecida como “AgroCentro” tem em sua totalidade 1524 hectares e era disponibilizado para monoculturas de cana de açúcar e pasto para gado, em ambas as situações os processos de degradação do meio ambiente eram enormes, o que consequentemente causava uma grande perca de recursos naturais.

redesans-canteiro-hortalicasPara que os assentados pudessem produzir alimentos é importante que ocorra um processo de transição. Ou seja, transformar o espaço que antes era monoculturas para um espaço que possa contribuir com o bem estar ambiental e ter uma diversidade alimentar. Nesse sentido e com o intuito de contribuir com as famílias o bolsista Rogerio Gomes que participa do projeto INTERSSAN no âmbito da UNASUL que é orientado pela professora Drª Noemia Ramos Vieira vem dialogando com algumas famílias do assentamento na proposta de trazer a transição agroecológica como opção de melhorar os espaços em que vivem.
Nesse seguimento algumas famílias vêm inserindo experiências iniciais de produção como sistemas agroflorestais, ou técnicas como construção de cisternas para captação de água, cercas vivas no interior e nas margens dos lotes, rotação de culturas e as compostagens, são algumas das práticas mais frequentes, segundo o levantamento de informações marco do projeto Tecnologias Sociais em Segurança Alimentar e Nutricional: vídeo e fotografia como possibilidade de valorização de saberes em Agroecologia e Educação do Campo. Práticas que evidenciam a diversidade de alimentos saudáveis com o uso das tecnologias sociais implementadas nos lotes.

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A seguir alguns depoimentos das famílias. A assentada Neuza Maria Barboza disse que “é possível produzir alimentos sem o uso de insumos químicos, porque nossa saúde também depende de alimentos saudáveis, quanto mais diversificar nossos alimentos menos dependemos de mercado”. Para Marta Jaqueline que também é assentada ressalta que “é importante sim produzir alimentos sem venenos e diversificar. Mas o mais importante em sua opinião é a organização, o planejamento das famílias a cooperação e a solidariedade. Esses princípios são fundamentais para avançarmos em nossa qualidade de vida”. O assentado Airton de Jesus (Paraná) salienta que “é importante resgatar os saberes que promovam tecnologias limpas e conforme vamos avançando em nossa organização e planejamento também vamos dando novas perspectivas para esse assentamento, um ambiente que não seja bom somente para mim ou para minha família, mas um ambiente agradável para os demais do assentamento, para a natureza e para as gerações futuras” Para essas famílias ao optar por iniciar a transição agroecológica também revelam suas preocupações com a saúde, o seu meio ambiente e com as pessoas que vão consumir seus produtos, e que todos possam se beneficiar a todas e todos a curto, médio e a longo prazo.

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Nas visitas realizadas no marco desse projeto, também permitiram identificar dificuldades no acesso a água para a produção de alimentos, pulverização aérea de insumos tóxicos nos contornos da área de assentamento, falta de assistência técnica e carência da infraestrutura como moradia, transporte, entre outros que reflete direta e indiretamente na produção de alimentos, e a dificuldade de comercialização da produção nos mercados locais.
Contudo, mesmo com as dificuldades as famílias realizam experiências e inserção de práticas de tecnologia sociais que proporciona diversas iniciativas e realizações para seu bem-estar e ter em seu lote alimentos saudáveis, diversificados, que tenham valores nutricionais e sempre que possível possa ter esse alimento a disposição.