NUTRICAST UNESP – Até onde a “vida na internet” pode nos influenciar?

 

Por Victoria Gabrielle Gomes

Hoje em dia vivemos numa realidade na qual é impossível pensar em não usar a internet no dia a dia, pois ela está inserida em nossa vida em muitos aspectos. O uso de aparelhos eletrônicos que possuem acesso a internet está cada vez mais presente e as interações pessoais passaram a ter mais um meio de interação através das redes sociais. Muito se fala nas mudanças que a tecnologia trouxe em nossa vida cotidiana, e as redes sociais são um exemplo de interação que veio com a proposta de aproximar realidades. Através delas é possível acompanhar em tempo real alguém que está do outro lado do mundo, saber sobre sua trajetória de vida, sua família, seus gostos e hobbies, apenas observando a linha do tempo no Facebook, Instagram, Twitter… 

Apesar do lado benéfico, essas interações têm sido cruciais para a mudança de hábitos de indivíduos e até mesmo da propagação de padrões comportamentais que buscam atingir o que é considerado “legal” no meio virtual. Um claro exemplo são as postagens no Instagram feitas por blogueiras, muitas vezes patrocinadas por alguma marca, na qual em sua maioria postam fotos e vídeos sempre felizes, num cenário perfeito, com comidas bonitas e muitas vezes não acessíveis a maioria das pessoas, sempre com o desejo de mostrar a parte “boa” que estão  vivendo e em como aquela viagem ou aquele produto está proporcionando uma experiência incrível. Esses tipos de postagens perpetuam padrões considerados ideais, muitas vezes tomados como exemplo e como meta por pessoas que, muitas vezes, não possuem meios para alcançar esse padrão, mas que mesmo assim o desejam e idealizam. Através disso podemos observar que personalidades de redes sociais, chamados de “influencers”, possuem realmente o poder de influenciar a vida das pessoas que consomem seus conteúdos na internet, refletindo em seus hábitos como um todo. Podemos observar na parte da alimentação e exercício físico que as pessoas tendem a adquirir produtos alimentícios que os influencers consomem  e ir atrás de atividades físicas que os mesmos fazem, fazendo com  que uma parcela de seus seguidores propaguem essa nova tendência e cada vez mais traga adeptos, e é aí que mora o problema. Como podemos driblar toda essa influência vinda das redes sociais em nossa vida?

Essa é a pergunta que não quer calar! Pensando nisso, precisamos saber filtrar muito bem o conteúdo que consumimos na internet, principalmente nas redes sociais, quais são os perfis que seguimos e o que esses perfis propagam. É importante darmos preferências para conteúdos que se assemelham com a nossa realidade, que não idealizem um padrão difícil de alcançar e que nos faça sentir bem e não decepcionados, frustrados ou com a sensação de inferioridade por aquilo não se encaixar em nossa realidade. Precisamos lembrar que apesar da internet estar intrínseca à nossa vida, nossa realidade é feita através de nós mesmos.

 

Para saber mais:

LIRA, A.G. et al. Uso de redes sociais, influência da mídia e insatisfação com a imagem corporal de adolescentes brasileiras. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 66(3), p 164-171, 2017.

CORRÊA, Jéssica Diniz. O fenômeno instagram na nutrição. Brasília, 2013. 38 p. Monografia – Centro Universitário de Brasília – UniCEUB – Faculdade de ciências da saúde – FACES.

Victoria Gabrielle Gomes

Texto elaborado para a disciplina “Teoria e Prática da Comunicação” – Curso de nutrição do Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP.