Por Jessica Dorador Kawashima
Segurança alimentar é o estado em que todas as pessoas têm acesso físico, social e econômico permanente a alimentos seguros, nutritivos e em quantidade suficiente para satisfazer as necessidades nutricionais e preferências alimentares, tendo assim uma vida ativa e saudável. Ter uma alimentação de qualidade é um direito básico do cidadão. Porém, o combate à fome sempre foi um desafio global. O relatório “O Estado de Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2019” da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) estimou que há em torno de 2 bilhões de pessoas no mundo que sofrem de algum nível de insegurança alimentar.
Diante do cenário inédito da pandemia do COVID-19, além da calamidade no setor da saúde, a desigualdade social tornou-se gritante e a vulnerabilidade ficou escancarada. As medidas de isolamento social, as instabilidades no trabalho e a grande crise econômica impactou diretamente a distribuição de alimentos. Segundo o IBGE, 25,3% da população brasileira já vivia em situação de pobreza ou extrema pobreza em 2018, apesar dos programas sociais já existentes em nosso país (Programa Nacional de Alimentação Escolar, Programa de Aquisição de Alimentos, Banco de Alimentos e Restaurantes Populares). Após a pandemia, o acesso aos alimentos tornou-se mais difícil, piorando a qualidade da alimentação e até chegando à situação de fome.
As repercussões da COVID-19 na Segurança Alimentar e Nutricional são diversas. Podemos citar: prejuízos na oferta de alimentos in natura da agricultura familiar; paralisação do Programa Nacional de Alimentação Escolar; fábricas de processamento de alimentos fechadas devido a surtos entre trabalhadores; fechamento de restaurantes e feiras livres; limitação no transporte de alimentos; redução/suspensão da renda de trabalhadores informais; redução da cobertura do Bolsa Família; redução do consumo de alimentos in natura; ganho de peso e/ou transtornos alimentares associados à inatividade física e ao isolamento social; redução/ausência dos serviços de saúde; falta de acesso regular à água e saneamento; entre outros. Por fatores como estes, medidas de auxílios emergenciais foram implementadas com o objetivo de proteção social. Ficou ainda mais evidente a necessidade de encontrar estratégias e soluções para ajudar no combate à insegurança alimentar, iniciando ações desde a cadeia de produção de alimentos até o mercado.
Apesar de uma parcela significativa da população estar enfrentando a insegurança alimentar, felizmente, a maioria da população tem acesso aos alimentos. De que forma os consumidores com poder de compra podem agir para minimizar os riscos de má qualidade sanitária e nutricional dos alimentos?
– Conhecendo a sua procedência;
– Dando atenção aos selos de certificação de inspeção de higiene (SIF, por exemplo);
– Observando os prazos de validade;
– Conhecendo a agricultura familiar da sua região;
– Higienizando as frutas e hortaliças adequadamente;
-Reduzindo o desperdício;
– Fazendo dos alimentos in natura e minimamente processados a base da sua alimentação;
– Conhecendo o Guia Alimentar para a População Brasileira que mostrará como é simples e barato ter uma alimentação nutritiva.
Jessica Dorador Kawashima
Texto elaborado para a disciplina “Teoria e Prática da Comunicação” – Curso de Nutrição do Instituto de Biociências de Botucatu – UNESP