O Programa Meu Pratinho Saudável, lançado em 2012 pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, vai ampliar este ano a pesquisa feita em outubro de 2014 com crianças e adolescentes de duas comunidades carentes das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo: Cidade de Deus e Paraisópolis, respectivamente.

No Rio, além da Cidade de Deus, estão definidas as comunidades da Rocinha e do Vidigal, disse hoje (7) à Agência Brasil a nutricionista Elisabete Almeida, coordenadora do programa. “Temos observado que, nessas comunidades, que têm gente das classes [sociais] E e D, cujo poder aquisitivo aumentou nos últimos 12 ano, a população está comendo muito mal, e aumentando de peso. É uma faixa da sociedade muito grande”, informou.

Em São Paulo, não estão definidas, ainda, as comunidades que serão analisadas, além de Paraisópolis, objeto do estudo anterior, segundo o qual as crianças e os  adolescentes cariocas estão mais gordos que os paulistanos. Existe, contudo, a intenção de ampliar o programa a cidades do interior paulista.

A ideia é, ainda este ano, sair do eixo Rio-São Paulo e ir para outras capitais. “Até fevereiro, definiremos as capitais, porque, para os eventos, dependemos de patrocínio”, disse a nutricionista, adiantando que  Já existem várias empresas interessadas em apoiar o projeto.

Desta vez, além das medidas de peso e altura para cálculo do índice de massa corporal, da medição da  cintura abdominal e do questionário alimentar, serão feitas perguntas referentes ao estilo de vida das crianças e adolescentes, como, por exemplo, se fazem atividades físicas, se essas  práticas são dentro ou fora da escola. O objetivo é mapear o que está ocorrendo com as crianças, além da alimentação, que não é saudável, como foi apurado pela pesquisa de 2014.

O Meu Pratinho Saudável criou metodologia baseada no prato em que se come, para facilitar o entendimento das pessoas, “porque a pirâmide alimentar, que é a base utilizada para explicar para a população o que ela deve comer e quanto, quase ninguém entende. Não importa o nível cultural ou de renda, é de difícil entendimento mesmo. Então, fizemos uma reinterpretação da pirâmide alimentar para dentro do prato”, ressaltou Elisabete.

Nas refeições principais, por exemplo, metade do prato deve ser preenchida com legumes e verduras, crus ou cozidos. Na outra metade, um quarto é para preencher com carboidrato, seja arroz, batata, macarrão, batata baroa, mandioca; já a parte restante deve ser de proteína animal (bife, frango, peixe) e de proteína vegetal (feijão, ervilha, grão de bico, soja e outros).

“Com isso, estão completos os principais grupos alimentares que a pessoa deve colocar no prato”. Como sobremesa, Elisabete disse que deve ser dada preferência a frutas que, além de vitaminas e sais minerais, têm fibras que ajudam na digestão. A quantidade deve também ser observada, “porque não é preciso comer muito para viver”.

Para saber mais, os interessados podem acessar a página do programa para adultos e a do programa infantil.

por Alana Gandra- Agência Brasil